Nestes meses de janeiro e
fevereiro estamos no período de base, que se caracterizam por um aumento no volume
de treino bem como trabalhos de força específica de corrida, como rampas,
areia, escadaria e exercícios de força geral. A base é o alicerce do corredor é
a partir dela que o atleta vai poder suportar bem todas as exigências do ciclo
anual de treinamento.
Desta forma este artigo vem para
explicar um pouco o que cada um desses trabalhos específicos pode auxiliar na
melhora da forma física do corredor.
Segundo PLATONOV 2003, o conceito
de força do ser humano pode ser compreendido como a sua capacidade de vencer,
suportar ou atenuar uma resistência mediante a atividade muscular. Ou seja,
para o corredor com uma musculatura fortalecida uma subida ou final de uma
prova será menos difícil, pois seus músculos possuem fibras musculares fortes o
bastante para não fadigarem nestes momentos da prova, e também uma musculatura
reforçada é menos suscetível a lesões musculares e articulares.
Treinos em escadas:
Subir
escada mexe bastante com dois músculos muito utilizados na corrida: a panturrilha e o quadríceps e pode colocar seus batimentos
cardíacos lá em cima e o pulmão trabalhando em capacidade máxima. Subir escada
te força contra a gravidade e isso ajuda a desenvolver mais força durante as passadas na corrida, não importa se
o seu objetivo é um final explosivo na próxima prova de 5km, uma maratona em
ritmo mais equilibrado e constante ou simplesmente sair da rotina de treinos.
Além disso, algumas pesquisas ressaltam a importância dos músculos do bumbum
para a corrida. A prática do treino em escada adequado e regular pode
proporcionar um fortalecimento mais direcionado nessa região, diminuindo os
riscos de uma eventual lesão na área.
Treinos na areia:
“A
corrida na areia gera diferentes exigências motoras e fisiológicas nos
corredores, aumentando a estabilidade na corrida, em virtude do solo ser mais
fofo e causando acréscimo na intensidade do treino com relação a terrenos mais
estáveis e duros."Por causa do terreno mais instável e esburacado, a areia
também pode aumentar ou até mesmo criar algumas habilidades para o corredor:
-
Aumento do recrutamento de
unidades motoras:
Unidades motoras são o conjunto de neurônios e fibras musculares que, quando recrutadas, aumentam a força dos músculos para exercer movimentos na hora da corrida.
Unidades motoras são o conjunto de neurônios e fibras musculares que, quando recrutadas, aumentam a força dos músculos para exercer movimentos na hora da corrida.
-Maior capacidade de
propriocepção:
Aumenta o extinto de localização espacial do corredor, permitindo que ele controle sua posição e orientação automaticamente.
Aumenta o extinto de localização espacial do corredor, permitindo que ele controle sua posição e orientação automaticamente.
-Mudança mecânica
O corredor acaba utilizando as pontas dos pés ao invés do calcanhar para realizar o movimento da corrida, de forma mais natural.
O corredor acaba utilizando as pontas dos pés ao invés do calcanhar para realizar o movimento da corrida, de forma mais natural.
Para
alcançar esses resultados, o corredor deve optar por treinos mais lentos, tiros
curtos e deixar o ritmo um pouco de lado, já que a intensidade do
treinamento é maior
–
devido à instabilidade do terreno. Uma boa forma de medir o nível de
intensidade é ficando atento à frequência cardíaca. E também devemos ficar
alertas a os riscos que uma carga exagerada de exercício pode provocar. Deve-se
tomar cuidado com a quantidade e duração dos treinos realizados na areia, em
virtude desse aumento de intensidade e da mudança na mecânica da corrida.
Treinos em rampas:
A
primeira coisa a fazer, ao se treinar em rampas, é exatamente escolher um local
apropriado. Pode ser um gramado, um terreno de chão batido ou mesmo asfalto. O
importante é observar a inclinação do terreno, os obstáculos na superfície
(buracos, pedras etc) e a distância do trajeto, que deve estar adequado às
pretensões do corredor. A inclinação do terreno é fundamental: aclives muito
acentuados devem ser evitados (imagine aquela rampa em que você enxerga apenas
o céu...). A melhor rampa é a em que o corredor pode sentir a dificuldade da
subida gradualmente, mantendo-se o ritmo da passada e a postura. O treino em
rampas deve ser realizado uma ou duas vezes na semana, não mais do que isso.
Caso o corredor já faça rodagens em percursos acidentados e com variados
aclives e declives, as rampas poderão ser observadas apenas uma vez na semana.
Eventualmente, um desafio mais íngreme poderá ser realizado, desde que isso não
traga problemas futuros ou imediatos ao corredor.
O ritmo
de subida também deve ser controlado nada de sair em disparada, o ideal é que
fique pouco mais lento que seu ritmo de 10 km para distâncias mais curtas até
300 m e para as mais longas reduzir ainda mais, uma dica importante que ajuda
muito psicologicamente é aumentar o ritmo de corrida no fim da subida, pois
após o fim dela você retomará o fôlego em cerca de 40 segundos e se manter ou
aumentar o ritmo terá deixado muitos corredores para trás.
O ideal
nesses trabalhos é que os mesmos devem seguir uma progressão de aumento de
carga e sempre deve ser supervisionada por um profissional de Educação Física
para que movimentos errados não tragam mais desgastes ou lesões, e que você
possa tirar o melhor proveito dessa fase de treinos