quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Comer peixe é bom para tudo

Comer peixe fortalece o coração, melhora a respiração e a carne é rica em cálcio, fósforo, iodo e vitaminas. Está achando pouco? Tem mais

É provável que você, assim como a maioria dos brasileiros, coma peixe só de vez em quando. Chega a ser curioso: num país com 8 mil quilômetros de costa e milhares de quilômetros de rios, onde há mais de mil espécies de peixes catalogados, a população não costuma comer mais do que 8 quilos de pescados por ano, o que dá mais ou menos umas 40 porções individuais.

Pode até parecer bastante, mas é bem menos do que os 12 quilos anuais que a Organização Mundial da Saúde recomenda. E nem sequer chega perto dos cerca de 66 quilos que os japoneses ingerem todo ano. O fato é que até mesmo os países mais afeitos às carnes vermelhas ou às aves, como é nosso caso, já começam a olhar as receitas à base de pescados com outros olhos.


Do ponto de vista nutricional, peixe é um prodígio. Sua carne, rica em cálcio, fósforo, iodo e vitaminas A, B e D, tem em média 20 gramas de proteína por cada 100 gramas. É uma quantidade menor do que a da carne vermelha, que supera 27 gramas, mas com a vantagem de conter muito menos gordura saturada e colesterol.

“Quem quiser substituir toda a carne vermelha e de ave por peixe estará perfeitamente nutrido”, aprova o endocrinologista Marcio Mancini, vice-presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

A maior vantagem dos peixes, porém, responsável pela fama de alimento premium que eles conquistaram nos últimos anos, vem da substância ômega-3, um ácido graxo.

Curiosamente, trata-se de uma gordura, só que do bem, que incluiu o peixe na categoria de alimentos funcionais – aqueles que trazem benefícios para o organismo.

Os peixes não só colaboram para a prevenção de doenças graves como são capazes de ajudar a curá-las.
 
EVITA INFARTOS

O coração é um dos maiores beneficiados com o consumo de ômega-3, o que vale até para quem é zero-quilômetro e nunca levou puxão de orelha do cardiologista: ele inibe a formação de trombos, processo que precipita a obstrução da artéria e, conseqüentemente, o infarto agudo. “Estudos comprovam que a ingestão de uma quantidade equivalente a dois filés de peixe grandes por semana pode reduzir em duas vezes e meia o risco de morte decorrente de problemas cardiovasculares”, afirma o cardiologista Marcos Knobel, coordenador da unidade coronariana do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Quem sofre de hipertensão leve, segundo Knobel, também sai ganhando. “O ômega-3 ajuda a diminuir a taxa de triglicérides e o nível de colesterol total, além de alterar as membranas das células sangüíneas, tornando o sangue mais fluido e, assim, reduzindo a pressão arterial.” Não é só. Até quem já sofreu ataque cardíaco e se vê obrigado a utilizar medicamentos pode e deve caprichar no consumo de peixe. “Nesse caso, diminui ainda mais o risco de um novo evento.”

O rol de benefícios não termina aqui. De acordo com Jacqueline Alvarez Leite, nutróloga e professora da Universidade Federal de Minas Gerais, o ômega-3 é importante na formação do sistema nervoso central e age na cognição e na função visual. “Estudos experimentais sugerem que ele talvez seja eficaz na prevenção do estresse e até do Alzheimer.”

A RESPIRAÇÃO FICA MELHOR

O aparelho respiratório, acreditam alguns pesquisadores, também seria beneficiado. “Ainda não há confirmação, mas trabalhos já recomendam o consumo de peixe três vezes por semana para o tratamento de asma, bronquite e outras alergias”, conta a nutróloga. Já está achando que o ômega-3 é quase milagroso? Prepare-se porque tem mais. “Pesquisas mostraram que a ingestão de peixes ricos em ômega-3 reduz em três vezes o risco de câncer de próstata. E também que há menor prevalência de diabetes tipo 2 em populações que privilegiam seu consumo”, diz Jacqueline.

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