sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Bom pra cachorro

Fonte: www.runnersworld.abril.com.br

Você costuma levar seu cão aos treinos? Veja o que considerar para que vocês dois aproveitem a corrida sem riscos

Por Yara Achôa | Fotos Renato Pizzutto


Há quem não abra mão de companhia em sua corrida diária — e muitas vezes ela tem quatro patas. Correr com o cachorro deixa o treino mais divertido e diferente e cumpre a saudável função de fazer o bichinho gastar energias.
Mas é preciso tomar algumas providências antes de sair trotando por aí com seu cão. Nenhum cachorro ganha pique de maratonista de um dia para o outro. Assim como os humanos, o animal também precisa de condicionamento e treinamento para que o exercício seja eficiente e prazeroso. Sem isso, ele vai se cansar rápido e acabar atrapalhando o treino do dono.

Teoricamente, todos os cachorros podem correr com o dono, mas algumas raças estariam geneticamente mais preparadas. “Há corredores natos, como os galgos. Whippets e border collies também se adaptam bem”, diz a médica-veterinária Silvia Parisi, do portal na internet Web Animal. Em contrapartida, outros, como bulldogs e pugs, não aguentam exercícios prolongados. “Esses cães com nariz achatado, chamados braquicefálicos, têm de fazer muito esforço para respirar durante a corrida, o que pode levar até a uma parada respiratória”, afirma a médica-veterinária Regina Motta, da clínica Homeo Patas, de São Paulo.

Se o cãozinho tem menos de 6 meses de idade, é idoso ou está muito acima do peso, a corrida também é contraindicada. A quantidade de pelos também influi. Aqueles cachorros com pelagem abundante vão sentir muito mais o treino que os de pelos curtos. “É necessário ter bom senso e não querer que o animal se submeta a um tipo de treinamento que está fora de sua capacidade”, fala Silvia Parisi. Até porque, segundo as especialistas, para agradar ao dono o bichinho é capaz de ir muito além do que aguentaria normalmente.

Saúde para os dois

O treinamento inicial do animal é muito parecido com o do ser humano: começa com caminhadas diárias, aumentando tempo, distância e ritmo de maneira gradativa. “O importante é que seja uma prática agradável para o cachorro, do contrário não faz sentido submetê-lo a algo que só é prazeroso para o dono”, diz Silvia Parisi.

É importante também saber que, por sua constituição, os cães aquecem muito mais rápido que nós. Daí ofegam para diminuir a temperatura corpórea. Assim, o início e o fim do dia são horários mais frescos e indicados para as corridinhas na companhia de seu bicho de estimação. “O animal ainda deve beber água e até isotônico durante o percurso, em pequenas quantidades”, diz a veterinária Regina Motta. E todo exagero — seja em ritmo, tempo ou intensidade — também poderá causar lesões musculares e articulares em seu amigão, principalmente na região dos membros.

O melhor lugar para levar seu cachorro para correr sempre será o parque, pela interação com a natureza e pela segurança. Outra coisa importante a se observar é como conduzir o animal durante a corrida. Deixar o cachorro correndo solto é arriscado, por mais treinado que ele seja. Uma fêmea no cio, um gato, outro cão que lata para ele, tudo pode fazer com que se desvie do caminho e provoque acidentes e inconvenientes. Fora que muitas pessoas se incomodam com a presença de um cachorro solto, mesmo se você jurar de pés juntos que “ele é mansinho, não vai fazer nada”. A pessoa terá razão em reclamar com você, gerando um constrangimento desnecessário. “Por lei, em locais públicos o cachorro deve ser levado com coleira e guia”, diz a veterinária Regina Motta.

Para o cão acompanhar seu ritmo, procure levá-lo sempre do seu lado esquerdo. Não deixe que ele o arraste, pois a má postura poderá afetar a coluna do dono. E nada daquelas guias compridas, que podem afastá-lo demais de você e ainda se enroscar pelo caminho, complicando sua corrida. “Já um cão agressivo não deve correr, pois é necessário o uso de focinheira e isso é contraindicado para animais que correm. O cão não poderá abrir a boca e ofegar, e sua temperatura corpórea chegará a níveis perigosos”, diz Silvia Parisi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário